Me puxas forte pela coleira, ralhas comigo, me dizes palavras duras. Contas às pessoas, no caminho, como sou mau. Me arrastas sempre que me aproximo de um poste, me lembras que tenho um quintal enorme só para mim e me advertes de que não devo ser um cachorro rueiro. Mas há sempre um momento em que consigo parar, apesar de tudo, levantar a pata e amarelar a calçada, para receber teus tapas - leves na rua, porque não gostas de escândalo, mas plenos de ira quando chegamos em casa. Eu te amo, patroa, quando me sacodes, me bates e depois me ofereces a tigela de leite.
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