Sim, ir viver perto do mar e ficar a ouvi-lo, não como o ouvimos até hoje, mas como ele deve ser ouvido: um animal às vezes dócil, às vezes inquieto, que nos faz a gentileza de se mostrar todos os dias e de repetir suas canções e de falar conosco, e de nos contar histórias do tempo em que não existíamos, de sereias, piratas e baleias brancas, de estrelas que, por amor, em seu peito se afogaram, de tesouros escondidos nas suas entranhas. Ouvir o mar, ouvi-lo e, se nos chamar, ir até ele, até onde bate seu coração generoso, seguindo o caminho que as ondas nos indicarão, se formos os ouvintes certos.
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