O sol bateu à nossa porta, convidou-nos a passear. Era manhã, e, bocejando, fomos até a janela: ah, era só a primavera que tinha chegado, mais uma. Bocejamos de novo e preferimos ficar em casa, olhando as flores do vaso da sala. Nos dias seguintes o sol não bateu mais, nem era necessário. Sabíamos que lá fora estava a primavera, igual a tantas outras. Ficamos em casa. Desdenhamos também o verão e o outono. Não sabíamos ainda, mas ansiávamos pelo inverno, e, quando a neve veio anunciá-lo, sorrimos. Podíamos agora ficar em casa sem culpa.
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