terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Amor no quinto andar
Vi uma agitação, uma correria, e perguntei o que estava acontecendo. Disseram-me que um louco ameaçava atirar-se de um prédio. Como os outros, corri para ver. Havia já uma multidão com os olhos concentrados na sacada do quinto andar. Sorri. Se alguém ali esperava ver um espetáculo grandioso, iria se decepcionar. Era um espécime velho de amor, chamando a atenção como um menino mimado. Tantas vezes eu já o vira assim, patético, implorando colo... Se não morrer de caquexia, um dia talvez se mate, mas então nem ele mesmo saberá por quê. Alguém dirá que foi por um mal insidioso, outro sugerirá que foi por um carnê não pago de geladeira, uma banalidade qualquer. Os amores deveriam morrer jovens.
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