sábado, 28 de abril de 2012
Diário, 28 de abril
Hoje, senti finalmente, lendo "As coisas da vida", crônicas de António Lobo Antunes (edição da Alfaguara), que ele, se às vezes parece esmerar-se em escrever o complicado, o não usual, não é porque não saiba escrever o simples. Aconteceu, no caso, o mesmo que se deu quando, depois de ler "Ulisses" (ou ao menos tentar), li "Dublinenses". Na experiência com Joyce, assim como nesta, com Lobo Antunes, fica a ideia, de resto óbvia, de que, para subverter uma ordem, é necessário conhecê-la. Para quem possa julgar que o único leitor com quem se preocupa Lobo Antunes é ele mesmo, as sessenta crônicas estão aí para satisfazer aqueles mais afeitos às formas conservadoras. Resumindo, com satisfação: se eu tinha certa birra de Lobo Antunes, a responsabilidade certamente não era dele.
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