Não sei quantos personagens já matei em meus contos, felizmente quase todos inéditos, o que talvez me livre de ser catalogado como um serial killer. Lembro-me, porém, ainda com certa angústia, do meu primeiro morto e do remorso que senti. Sem coragem de narrar sua morte, eu a transmiti pela boca de outra personagem, sua filha. Mesmo com essa terceirização, eu me afligi e recordo-me de ter pensado no que sentiu Dostoiévski quando Raskolnikov empunhou a machadinha.
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