Talvez o melhor de Fernando Pessoa - se algo nele pode ser menos - esteja nesse livro. Uma prosa simples, e rica nessa e por essa singeleza, com uma musicalidade de notas tocadas em surdina, como se pedissem desculpas por soar. Parágrafos que nos repousam, que silenciam em nós o apelo à pompa e à grandiloquência. Frases que redescobrem para nós o tesouro da modéstia e da quietude, como esta:
"Ter o que me dê para comer e beber, e onde habite, e o pouco espaço livre no tempo para sonhar, escrever - dormir - que mais posso eu pedir aos Deuses ou esperar do Destino?"("O livro do desassossego", de Fernando Pessoa, publicado pela Editora Brasiliense em 1986.)
Ver a notável introdução de Leyla Perrone-Moisés, que abre preciosas trilhas para a melhor compreensão e percepção dos múltiplos Pessoas.
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