Notou que ela estala a língua. Não chega a ser um tique, mas a frequência com que ela o faz é suficiente para ele recordar um dia em que uma mulher, ruiva também, com um chicote curto, delgado e estalante, tirado de um estojo, deixou nas suas costas marcas que doem ainda, docemente, na memória. Foi uma noite só, de tão cálida lembrança, que, olhando para a ruiva de hoje, ele pensa se ela não terá talvez um chicote enrolado num elegante estojo. As mãos dela são delicadas. Mas as mãos da outra também eram, antes de ela abrir o estojo, desenhar seus ombros com o chicote e completar as carícias com as unhas.
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