Sentada no banco do metrô, ela alisa a própria coxa, devagar, devagar. Faz isso sempre. São tão monótonas as viagens. Alisa, continua a alisar. Não pensa em nada, nem em ninguém, só na mão e na coxa. É um exercício diário, de excitação mínima, um passatempo, uma recreação quase mecânica. Descerá na estação seguinte. Alisa uma vez mais a coxa, devagar, sempre com a mão oculta pela bolsa. Sua estação chegou, mas um arrepio desce pelo seu ventre. Os passageiros começam a descer. Ela continua sentada. A mão alisa a coxa ainda, mais rapidamente agora, e ela se vê num cinema, com Ígor, um rapaz de dedos longos e inquietos.
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