Quando ela acabou de tomar a sopa e disse que ia ao toalete, ele pegou a colher no prato dela e trouxe-a aos lábios. Sentiu na língua uma perturbadora mistura de alumínio e sal. Para facilitar a futura memória desse momento, guardou a colher no paletó e a cada instante apalpava o bolso, como se ali dentro houvesse uma fatia do sol de primavera.
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