Tudo é sempre bom no início
Ah, que ansiedade há
Antes do primeiro beijo,
Antes do primeiro abraço.
Por eles, o que não faremos?
Será preciso pedir? Pediremos.
Será preciso nos ajoelhar? Nos ajoelharemos.
Será necessário forçar? Forçaremos.
Mas depois do trigésimo primeiro beijo
e do sexagésimo quinto abraço
Começa a se sentir cansaço,
E onde está o ímpeto do início,
Onde aquele entusiasmo foi parar?
Tudo é sempre bom no início
Uma escalada matinal,
Sob um sol primaveril,
Com o farnel abarrotado
E cheio até a boca o cantil,
Quem haverá de recusar?
Mas quando o topo se atingiu
E abaixo se vê só o precipício,
Pergunta sempre aquele que subiu
Se para aquilo foi que subiram,
Se pensavam mesmo naquilo
Quando a escalada estava no início
E os primeiros passos iam se dar.
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