Quando ao amor tu te entregas,
Eu observo, com aflição,
Que sentes menos paixão
Do que quando o amor me negas.
E quando dizes odiar-me
É bem maior teu fervor
Do que esse débil calor
Com que tu juras amar-me.
Nesse contraste é que eu vivo
E sofro, como cativo,
Essa constante tortura,
Sem saber se é um mal ou bem
Tu me amares com desdém,
E me odiares com ternura.
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