A primeira fase do escritor é a da acumulação. Ele guarda desordenadamente as palavras. Junta-as, junta, vai juntando e, quanto mais junta, mais quer juntar. Forma um estoque descomunal, como se as palavras estivessem correndo o risco de extinção. Depois, vem o estágio da seleção, que o escritor vai fazendo em cada parágrafo, em cada texto ao longo da vida. Quando chegam ao final da carreira, os escritores, em sua maioria, não terão usado mais do que 1% do que acumularam. Seu trabalho consiste em exibir não a monumentalidade do seu estoque, mas em reunir aqueles pouquíssimos itens básicos com os quais se costuma fazer a melhor literatura.
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