"Tarde da noite, em minha mesinha,
a página está irremediavelmente branca.
As mimosas cheiram a Nice e a mormaço;
à luz da lua voa um grande pássaro.
Enquanto faço as tranças para ir deitar -
como se amanhã ainda fosse usar tranças -
olho, sem suspirar, pela janela,
para o mar e as suas brancas dunas.
Mas que poder tem esse homem
que nem sequer me pede ternura...
Mal posso erguer as pálpebras cansadas
quando ele pronuncia o meu nome."
(Do livro Antologia poética, tradução de Lauro Machado Coelho, publicado pela L&PM.)
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