Foste para um lado, eu para o outro. Quando me lembro daquela remotíssima tarde, penso que havia um poente ensanguentado, daqueles que os maus, e às vezes os bons poetas celebram. Talvez não o tenha visto naquele dia, porque estava com os olhos molhados e porque nada me importava no mundo senão o meu drama. Seria uma boa moldura para o fim. Mas era só o meio. Houve voltas, reviravoltas, transtornos, retornos, contratempos, contemporizações. E, quando chegar o inevitável final, sem o qual os amores não são amores, quem sabe se terei outra vez aquele poente apunhalado e se as lágrimas não serão substituídas por um adeus protocolar e um sorriso de falsa maturidade.
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