Sem nada importante para lhes relatar, conto-lhes esta coisa singela: resolvi - com que força de vontade - sair do sofá esta manhã e andar. Foi bom. Dou-me bem com as árvores e as flores do caminho. Não lhes conheço o nome, nem elas o meu. Aprecio-lhes o aroma, e elas não se queixam do meu cheiro ruim de homem. Não lhes importa quem sou, o que faço, nem parece interessar a elas o que me vai pelo cérebro atormentado. Presumo que éticas e morais não lhes façam falta. Não querem saber da minha vida íntima, como uso o corpo, a boca ou a mão, e eu também não lhes pergunto qual é o lance delas com os passarinhos.
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