Quem ama as palavras costuma ser vítima desse amor. Supomos que tudo deve ser tratado e resolvido por elas. E desandamos a falar, a escrever, a verbalizar. Nós nos afligimos com o silêncio, ele nos incomoda. Há uma infinidade de situações em que o silêncio nos salvaria e até nos daria a improvável felicidade, ou um vislumbre dela. Mas nós escolhemos as palavras, optamos pelo sofrimento que elas acabam nos impondo, às vezes só pelo doloroso prazer de narrar nossa desventura.
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