"Sentiu pulsar dentro dele algo parecido com amor, um eco do seu antigo desejo por Marina. E por um momento quis recuperar o afeto perdido, enterrado debaixo dos estragos. Mas não, era impossível. Era um anseio ingênuo, irrealizável. Porque Marina era a assassina da felicidade, sim, nisso era como todas as mulheres: duras, implacáveis, insaciáveis em sua busca de perfeição. Ali estava, presa a ele como um cão de caça, exigindo tudo e mais um pouco, exigindo que fosse melhor do que era e humilhando-o com aquele eterno olhar depreciativo que era como um espelho para sua derrota."
(Do livro Instruções para salvar o mundo, tradução de Celina Portocarrero, publicado pela Editora Nova Fronteira.)
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