Tudo mais, nele, parece ter morrido. Não sente mais nenhum desejo de fazer nada. Mas continua escrevendo. É o último disfarce que conserva. As pessoas acreditam cada vez menos nele, e ele mesmo também vê, diariamente, mais defeitos na máscara, mas continua a usá-la. Gostaria de se olhar no espelho e ver um morto, essa seria a máscara ideal, mas nunca teve coragem e todos os dias a imagem que o encara é esta: a de um homem velho, doente e derrotado, que tenta passar por artista.
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