sábado, 2 de fevereiro de 2013
Ela
Ele não acreditou que ela estivesse sorrindo para ele. Era uma dessas mulheres que não se encontram mais, bela em todos os detalhes. Ao devolver o sorriso, viu que a sorte o havia escolhido mesmo. No instante seguinte, ela estava já ao lado dele e dava-lhe o braço. Pareciam amigos de infância. Tudo continuou rápido. Ele e ela se falaram como se fosse um encontro que constasse de uma agenda. Era como se lessem um roteiro. Logo estavam num restaurante, mãos dadas sobre a mesa. Ele já não estava espantado. Sentiu que aquilo era para ser exatamente como estava sendo. Se precisasse dizer depois o que comeu e bebeu, não conseguiria. Quando ele pediu a conta, pensando em quais seriam as cenas seguintes da trama, ela tirou o cartão da bolsa: "Deixa que eu pago." Ele protestou, mas ela insistiu: "Deixa comigo. Fui eu que te trouxe para cá." Ele sorriu, brincou: "Isso é coisa de homem." O vinho que haviam tomado encorpara a voz dela: "Você ainda não viu nada."
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