"Quando ela chegou a este país, seu corpo já havia parado de crescer, seus ossos já haviam recebido sedimentos antípodas suficientes para até o fim de sua vida, seu cabelo outrora flamejante à luz do sol meridional agora parecia apagado e empoeirado no novo hemisfério, e ela tinha trinta anos, nunca se casara exceto por alguns meses de relação adulterina com um escritor americano (assim ele se considerava) que ao acordar de manhã dizia 'Escevo melhor de barriga vazia', tirava um pequeno pedaço de papel do casaco de tweed apoiado ao pé da cama de casal, e escrevia uma linha. Uma linha por dia. Ela também era escritora, assim se considerava, e foi entre a segunda e a terceira partes de seu romance 'em andamento' que o fim de semana se introduziu."
(Do livro Rumo a outro verão, tradução de Francisco José M. Couto e Éric R.R. Heneault, publicado pela Planeta Literário.)
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