domingo, 24 de fevereiro de 2013
No jornal (Major Quedinho) - 41 - O sexólogo
Ganhava-se bem na revisão e, com os já imensos cadernos de anúncios classificados, havia sempre a oportunidade de horas extras, com as quais se chegava a dobrar o salário. Mesmo assim, de tempos em tempos surgiam reivindicações. Numa dessas vezes, o departamento de recursos humanos fez circular entre nós um quastionário, para conhecer as aptidões de cada um e avaliar as possibilidades de promoção. Nele se pedia que se mencionassem todos os cursos e, além deles, qualquer conhecimento que pudesse ser levado em conta para melhorar a pontuação dos candidatos a novas funções. Houve quem citasse habillidades hoje corriqueiras, como tirar fotos, e quem se referisse a gostos, como cinema ou música. Chamou-me a atenção, nesse particular, a qualificação, ou a atividade predileta, não sei, de um revisor já velhusco, de quem guardei só o sobrenome: Magalhães. Ele se proclamava autodidata em sexologia. Qualquer garoto de dez anos, hoje, poderia declarar isso sem nenhuma gabolice, tanto na parte teórica quanto na prática.
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