Sei que não morri porque não sinto nenhuma paz, nenhuma bem-aventurança. Sei que não morri porque ainda há ressentimento em meu coração e a mágoa continua a instigar o ódio. Sei que não morri porque me vejo no espelho e me chamo ainda de tolo. Sei que não morri porque bisonhas metáforas me cravam ainda punhais na alma. Sei que não morri porque pelo ar me chegam toques de finados. Sei que não morri porque sou eu este que noite e dia pergunta: Deus, por quê? Já não fiz o bastante para merecer?
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