"No Natal, quando o pai e os irmãos dele se reúnem na fazenda, a conversa sempre gira sobre os tempos de escola. Eles relembram os professores e suas varas; as frias manhãs de inverno quando a vara deixava vergões azulados em suas nádegas, e o ardor que durava dias na memória da carne. Nas palavras deles, existe uma nota de saudade e um temor prazeroso. Ele escuta avidamente, mas disfarça quanto pode. Não quer que o notem e, numa pausa da conversa, lhe perguntem sobre o lugar que a vara ocupa em sua própria vida. Nunca foi açoitado e envergonha-se profundamente disso. Não pode falar sobre varas do jeito descontraído e experiente desses homens."
(Do livro Cenas de uma vida, tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves, publicado pela Editora Best-Seller.)
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