Ter aquilo que se chama de temperamento poético pode ser um drama. Lembro-me de uma menina, na minha infância, que era maravilhosamente pálida. Eu, já viciado em literaturas, a achava uma fada e, se soubesse fazer versos na época, penso que poderia ter feito os mais belos de minha vida. Um dia, uma mulher grosseira, vendedora de frangos, que os matava diante do freguês cortando-lhes a cabeça pousada num cepo, disse à minha mãe: "Aquela menina lá deve ter lombriga. Como ela é branca!"
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