Ela está pronta para mais um dia. Está mortalmente cansada, mas já surgiu o sol e deve ficar outra vez à disposição do seu senhor. Foi cavalgada por ele a noite toda, chicoteada e esporeada: "Vai, puta, vai rápido, puta." Não fechou os olhos nem por um instante. Não poderia perdoar-se jamais, se atirasse o seu senhor num abismo. Ama o seu senhor, esse implacável íncubo que lhe bebe o sangue de madrugada e que agora, depois de tomar o café, voltará a cavalgá-la com a fúria que somente um demônio pode ter. Nasceu para isso, para ser a égua desse demônio, e, quando ele se for para o inferno, espera que ele vá montado sobre ela.
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