Seu corpo e sua alma precisam de cada vez menos coisas. Come como um passarinho, e um gesto qualquer de simpatia, como um sorriso, lhe basta. Um amigo, bem menos velho, diz que não se deve nunca aceitar migalhas. Ele pensa diferente. Está feliz hoje, como nunca esteve. Vê aproximar-se o dia em que não precisará nem mesmo desse pouco. Fechará os olhos e todas as exigências do corpo e todos os apelos da alma, que agora já são apenas lembranças apagadas e sem som de um tempo muito longínquo, se aquietarão enfim, antes mesmo que se feche a tampa sobre ele, sobre as mãos cruzadas no peito e sobre as flores.
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