Respeito imensamente, amorosamente, a dramaturga inglesa Sarah Kane, autora da peça "Psicose 4h48", que se enforcou aos vinte e oito anos com o cadarço do próprio tênis. Não estou defendendo o suicídio, embora tenha simpatia por ele. O que me comove é imaginar a força de vontade que ela certamente precisou ter. Que proeza foi essa, matar-se com um instrumento gritantemente inadequado. Os livrinhos que andam em todas as mãos, no metrô, estão certos: querer é poder. Tantos artistas se empenham a vida toda para dar aos objetos a importância que merecem, e nenhum, que eu saiba, conseguiu jamais elevar um cadarço a uma condição tão nobre.
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