quarta-feira, 24 de abril de 2013
Continuamos. fazendo...
... a nossa parte. Gritamos nosso amor nas avenidas do centro, nas ruas da periferia, nas esquinas em cujos postes ainda se pode ver grudada a propaganda de um candidato a governador em 1950. Gritamos nosso amor com um megafone que foi usado na Revolução de 32 e do qual ainda às vezes sai um fiapo de patriotismo paulistano. Gritamos nosso amor, e as garotas de hoje, tão diferentes das donzelas de antanho, se perguntam de onde saímos nós, com nossos ternos da liquidação do Mappin e da Ducal. Gritamos nosso amor e às vezes saltam como tiros de bazuca nossas dentaduras não fixadas com Coregga. Gritamos nosso amor apesar da severa recomendação de nossos médicos. Gritamos nosso amor como fantasmas ainda gritam pela São João lemas contra Getúlio Vargas. Gritamos nosso amor como no Viaduto do Chá gritaram os vendedores de barbatanas para colarinho e de mapas para as aulas de geografia da Caetano de Campos. Gritamos nosso amor, gritaremos nosso amor ainda, enquanto houver em nosso peito uma chama, mesmo que muito tênue, e na memória um verso de Casimiro de Abreu.
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