domingo, 21 de abril de 2013
É hora já...
... de cerrar as janelas, trancar as portas, passar os ferrolhos, acionar os alarmes. É hora de ficar atento a qualquer música, a qualquer poema, a qualquer frase que possa roçar ainda que de leve o coração e enfraquecê-lo. Como um malfeitor, o amor se esgueira pelas sombras, move-se com seus pés leves, envenena os cachorros e ronda nossa casa. Se não nos acautelarmos, entrará em nosso quarto quando já estivermos dormindo e deixará seus lábios nos nossos. Bastam quinze segundos para que ele se aposse para sempre de nossa alma. Então não haverá mais conserto. Como discípulos dele, passaremos a aguardar também que venham as noites, e nos misturaremos como ele ao escuro e esperaremos o momento de cravar nossos dentes em quem, incauto, se esquecer de fechar a janela. O amor é um vampiro que nos marca para seu uso e desfrute. São marcas assim, como estas.
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