"Mas com as rosas desembrulhadas na mão ela esperava. Não as depunha no jarro, não chamava Maria. Ela sabia por quê. Porque devia dá-las. Oh, ela sabia por quê. E também porque uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. E, sobretudo, nunca para se "ser". Sobretudo nunca se deveria ser a coisa bonita. A uma coisa bonita faltava o gesto de dar. Nunca se deveria ficar com uma coisa bonita, assim como que guardada dentro do silêncio perfeito do coração."
(Do conto "A imitação da rosa", do livro homônimo, publicado pela Editora Artenova.)
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