... o dia, para quem já não tem forças para andar em passeatas. O aconchego do sofá, um livro, o bloquinho e a caneta para anotar um texto, e a certeza de que daqui para a frente tudo será sempre assim, como uma paisagem siberiana estendida diante dos olhos. Frio, tristeza, a monotonia com que a vida nos castiga pelos arroubos da mocidade. Devemos ter pecado muito, devemos ter desafiado tantas normas, para que passemos por isso, agora. Deveríamos ter pecado mais, desafiado mais normas, convenções e leis. O sangue que nos mantém lastimavelmente vivos é aquele que não gastamos quando poderíamos. Ah, por que não pudemos, ah, por que não quisemos?
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