quinta-feira, 6 de junho de 2013

Que a noite...

... nos seja leve, hoje. Que as lembranças do amor só resgatem o que ele teve de encantamento e, se para isso for necessário mentir, que elas mintam. Nada há de desautorizar a crença de que fomos felizes, tão felizes que, se nos dessem escolha, teríamos optado por morrer naqueles dias tão inacreditavelmente raros que às vezes pensamos se eles não foram uma criação do nosso cérebro para engodar nossa melancolia. Que a noite seja como aquelas, tão escassas, em que nos sentimos como jamais se sentiram os maiores senhores da Terra. Que, abrindo a janela, não notemos que as estrelas se afastaram, voltaram a ficar inacessíveis, elas que naqueles dias raros, naquelas noites escassas, pareciam maçãs oferecendo-se às nossas mãos, próximas, tão próximas, tão maravilhosamente próximas. Se o vento sarcástico vier nos contar uma história diferente daquela que queremos ouvir, não acreditaremos nele. Ao nosso coração, e só a ele, cabe testemunhar sobre o amor e suas bênçãos.

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