sexta-feira, 19 de julho de 2013
A noite o encontra...
... onde o deixou o dia: no sofá, com os livros e o bloquinho (este para anotar as obras-primas em cuja existência ele na verdade nem acredita mais). Seu sofá é seu barco, e como convém à sua presumível falta de habilidade na arte de navegar, o mar é o piso da sala, manso e sonolento. Nada muda. Acender as luzes ele ainda consegue. Pronto. Agora é voltar para os livros e esperar que lhe ocorra um texto que, assim como tantas outras coisas, ele há muito desconfia não merecer. Depois, quando o cansaço já se mostrar confiável, ele fará do sofá cama e se estenderá sobre ele. Tudo seria perfeito, se pudesse ver as estrelas. Adivinha-as, imagina-as, como tem adivinhado e imaginado quase tudo na vida, depois que o dominou a obsessão pela literatura.
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