Poucos prazeres se comparam ao de entrar num sebo daqueles bem sombrios e buquinar. Que emoção há em puxar devagarinho de uma estante velha um livro de que se ouviu falar a vida inteira e já não se tinha esperança de encontrar. Equivale à ansiedade do jogador que, necessitando de um ás para fechar uma sequência, o vê surgir de repente do baralho, como se estivesse ali há séculos esperando o momento de servi-lo. É o momento em que o amante de livros segura aquele, especial, e o traz ao peito, como quem traz ao peito a mulher amada, aquela única, que por deferência os deuses puseram em seu caminho
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