segunda-feira, 2 de setembro de 2013
A solidão compartilhada
Também eu caí na armadilha da solidão compartilhada. Conto diariamente, aqui, meus estados de espírito, minhas tristezas, minhas buscas de compreensão, sempre malogradas. Não entendi o funcionamento disto, é óbvio. Ninguém me responde. À chamada rede repugnam declarações de infelicidade. Havemos de estar sempre sorrindo nas fotos que postamos. A tristeza é proibida na net. Todos os que nela entram são felizes, sempre, e, se apresentarmos uma suspeita de que mentem, troglodita será a palavra com que nos definirão. Quem quiser alívio e solidariedade, que vá buscá-los em outro lugar. O preço do ingresso na rede é uma gargalhada. Há que buscá-la em nós, ainda que só tenhamos vaguíssima lembrança da última que demos, e ainda que nossa garganta, consultada, também mostre espanto: uma gargalhada?
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