Eu queria contar cada fio daqueles bem finos dela. Alguns acham feio o nome. Eu, não. Acho bonito. Pentelhos. Queria contar um por um, me atrapalhar na conta, começar tudo de novo, dividir, multiplicar. Fazer uma peneira entre os dedos, deixar passar aquele trigo. Para não errar outra vez, queria ir separando de três em três, ou de cinco em cinco, e falando com eles: quietinhos aí, vocês. Já viu como os caixas de banco fazem para contar o dinheiro? Eles molham de saliva o dedo. Contar fios de ouro é igual.
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