Ah, devíamos ter saltado lá de cima sobre a multidão num desses Sete de Setembros. Talvez conseguíssemos bater coordenadamente as asas antes de descobrirem, lá embaixo, que éramos um pássaro falso. Seria um momento único de civismo. A mídia daria destaque ao nosso voo e lamentaria que não houvesse na olimpíada uma prova para saltos ornamentais de suicidas. Que orgulho. O melhor suicida do mundo era um brasileiro. Nosso baque se confundiria com o repique dos tambores, e nosso sangue, espirrando na calçada, escreveria uma palavra. Só haveria uma decepção. A palavra não seria
Brasil nem
Pátria. Seria, em caprichadas maiúsculas,
Amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário