Acordei com a algazarra dos pássaros e dos meninos do colégio em frente. A alegria bem que poderia ser um pouquinho menos estridente. A quem não a tem, custa aturá-la, com suas gargalhadas. Cada uma delas é uma crítica, um achincalhe à minha tristeza, que passará o dia encolhida no sofá, como um filhote de gato com febre. Eu me achegarei mais à almofada e talvez possa, dormindo, esquecer que não cheguei a conhecer minha mãe. Talvez a almofada ronrone em meu sono e me console. Já não saio, não vou mais nem ao quintal. Passarei este, como todos os outros dias, esperando que a almofada finalmente me chame de meu gatinho, de meu filhote querido.
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