"Eu decidi estimular os jovens. Antes eu não teria feito isso, mas agora não tenho nada a perder. Os jovens não são meus rivais. Peixes não são rivais de pedras.
Então vou estimulá-los generosamente, vou estimulá-los em massa. Vou atirar estímulos sobre eles como arroz num casamento. Eles são os jovens, um substantivo coletivo, como o eleitorado. Vou estimulá-los indiscriminadamente, quer mereçam ou não. De todo modo, não consigo distingui-los.
Então vou me levantar e aplaudir indiscriminadamente, como um cego num jogo de futebol: barulho é o que interessa, ondas de barulho, gritos revigorantes para inspirá-los a se esforçar mais, e quem se importa de que lado estejam e para que fins?"
(De A tenda, tradução de Léa Viveiros de Castro, publicado pela Rocco.)
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