Muito mais na poesia que na prosa, o intervalo entre as palavras, o silêncio, ainda que mínimo, entre uma e outra, têm uma função de harmonia. Há, nesses hiatos, e nos maiores, entre os versos, uma expectativa de surpresa, da aparição de um termo, uma imagem de cuja aproximação possivelmente nem o poeta se dê conta. Para usar uma expressão de Caio Fernando Abreu, há nesses silêncios inquietos um murmurar de pequenas epifanias.
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