Toda noite sente a inquietação fálica do telescópio quando o aponta para o edifício defronte ao dele, dois andares acima do seu apartamento, na hora em que a mulher entra, acende a luz, liga a tevê, se despe e, nos intervalos da novela, vai à cozinha, pega um sanduíche ou um refrigerante e volta para sentar-se no sofá vermelho, ao lado do gato peludo que logo lhe sobe ao colo.
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