O Nobel atribuído a Alice Munro deve servir para resgatar um pouco do prestígio dos contos, que pareciam condenados a seguir a trajetória da poesia. Curiosamente, fala-se, de tempos em tempos, na iminente morte do romance, e ele, a cada onda de vaticínios sombrios, acaba por se revigorar sempre. O conto e a poesia é que andam enfermos, principalmente a poesia. O sucesso do livro de Paulo Leminski neste final de ano é um alento. Ele talvez indique uma fórmula para o poeta chegar ao leitor: um pouco menos de João Cabral de Melo Neto e um tantinho mais de Quintana e Drummond, se bem que os críticos jamais venham a admitir.
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