O amor não resiste às insinuações do sexo, ao roçar de dedos, ao conhecimento da pele. O amor cai sempre no mesmo engodo, o da carne, e, assim que se submete a ela, seus melhores instintos se evadem de quem ama e voltam a ficar disponíveis ao apelo das flores e das estrofes. Quando a carne não acha mais novidade nas coxas, nos seios e nas noites em que os travesseiros ouvem as interjeições esganiçadas do orgasmo, prometemos a nós mesmos que será diferente a próxima vez. Mas, ao primeiro som de uma nova e perturbadora voz, começaremos a imaginar como ela soará na noite em que pudermos arrancar gemidos dela.
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