... o amor berrar como um cordeiro. Farão com que declame todo seu repertório de estrofes caducas, versos mofados, rimas paupérrimas. Farão com que repita os trechos mais prosaicos de sua poética, para que gargalhem em dobro. Farão com que renegue Pessoa, Camões, Anna Akhmátova, Mario Benedetti e leia passagens de Carlos Zéfiro. Farão com que beba, para sua carne ficar macia, e, quando o vinho lhe subir à cabeça desacostumada, ordenarão que imite um bode copulando. Quando finalmente mandarem que chame Wislawa Szymborska de bruxa, ele implorará que usem logo o cutelo. Mas eles esperarão ainda um pouco. Os rituais devem ser seguidos. Qualquer homem civilizado sabe muito bem disso.
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