Nossa alma é babaca, boboca, ingênua, interiorana. Um verso, uma pétala, uma dessas bobagens românticas bastam para fazê-la suspirar como uma noviça que se isolou para curar um amor. Nossa alma é cretina, idiota, desesperadamente aflita. Nossa alma nos obriga a escrever textos em que a demência uiva como uma leoa despojada dos filhotes. Nossa alma suicida se afoga em rios, despenca sobre calçadas, morre escancarada pela chave enferrujada de um soneto. Nossa alma é aquela única que o Diabo, temeroso, rejeitou.
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