quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Novela

Deveria atravessar a rua, só, era seu papel. Atropelada pelo carro de um bilionário, dirigido por um motorista desastrado, teve as contas do hospital todas pagas pelo patrão, e dois meses depois era copeira na mansão. Não se casou com o motorista, por não achá-lo suficientemente bonito e jovem, embora no início a tatuagem do peito dele se tivesse deitado sobre o peito dela várias noites. Não o acolhe mais no quarto que lhe deram. Encontra-se agora na fase do tédio. Talvez devesse atravessar mais vezes a rua.

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