"É preciso que a mente se faça inverno
Para olhar o frio e os ramos
Dos pinheiros encrostados de neve
E ter tido frio durante muito tempo
Para ver os juníperos, hirtos de neve,
Os toscos abetos no distante brilho
Do sol de janeiro; e sob o som
Do vento não pensar em dor alguma,
O som das poucas folhas,
Que é o som da terra,
Cheia do mesmo vento
Que sopra no mesmo deserto lugar
Para o ouvinte, que ouve na neve
E, nada sendo, nada vê do que
Ali não está e vê o nada que está."
(De "Antologia", tradução de Maria Andresen de Sousa, publicado pela Relógio D'Água, Lisboa.)
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