Sempre fomos aquele que, do lado de fora, olhava para o baile e apurava os ouvidos para furtar sons. Sempre achamos, por defesa, que a orquestra tocava para nós e que o maestro ajudava a melodia a sair clandestinamente até o lugar em que, sem respirar, para não chamar a atenção dos cachorros, nós contemplávamos a mulher fatalmente loira dançando nos braços de quem não a merecia. Sempre fomos aquele que no final, quando os carros levavam todos embora, procurava ouvir de alguém quando seria o baile seguinte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário