domingo, 19 de janeiro de 2014
Pulando de barco em barco
Até os vinte e poucos anos eu me imaginei um poeta. Tinha até um lema: o essencial é a poesia, o resto é prosa. A prosa era, para mim, desprovida de fascínio. Eu me imaginava, no futuro, escrevendo poesia com, talvez, algumas incursões pela prosa poética. Esta chegou naquele tempo a ser quase um gênero. Hoje, salvo melhor juízo, ela é tida mais ou menos como a quadratura do círculo. Sei que eu a tentei na experiência que andei tendo na crônica, antes de fazer certa carreira nas novelas juvenis, especialmente na Ática. Há uns cinco anos reavivei minha paixão pela poesia, e lamento hoje tê-la abandonado por tantas décadas. Resumindo: tudo isso para admitir que não me realizei nem na poesia nem na prosa. Como se dizia, a cigana me enganou. Vida longa, arte nenhuma.
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